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O TENTADO E O ATENTADO

  • Foto do escritor: Fernando Tietê
    Fernando Tietê
  • 26 de mar. de 2024
  • 7 min de leitura

Na sexta-feira, dia 22.03.2024, o dia aconteceu mais frio do que há muitos dias não acontecia em São Paulo. Aconteceram reuniões e um reencontro de amigos de infância. Meus amigos, dos anos 80, de um longínquo tempo em que “a quinta série entrou em nós e nunca mais saiu”...

 

Reencontros são assim todos contra todos, ninguém se ofende, até o contrário, parece que um pede para ser o “atacado” da vez, para “sair bem na foto”

 

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Antes disso, reunião sobre negócios, roteiros de vídeos institucionais, se tem drone, se não tem, e se terá narração, se o texto da narração do texto está bom, já veio pronto e só precisa... gravar, editar, colocar trilha sonora e um monte de coisa... depois, é só narrar!

 

Tudo indo muito bem na vida que está se ajustando, agora, meio longe do Direito, meio perto do Marketing. Enfurnado no Jornalismo, nas câmeras, nos eventos e no canal. Desse ponto de vista, tudo que tentei me trouxe aqui e em relativa segurança.

 

Minha vida tem sido um revezar de câmeras, microfones, edições, backups intermináveis, no estúdio, com muito estudo e com isso tudo acontecendo em horários nada convencionais. Tentou alcançar?

 

Quem está tentando, aliás, é o Ocidente! Os States, a Europa... tentando o boicote à grande Mãe Rússia!

 

Tem tentado, mas não tem conseguido!

 

Não que Putin seja Alexandre, Napoleão ou Carlos, ou nenhum “Grande” da História! Mas, o Ocidente, tentando, não está conseguindo derrubá-lo, afetá-lo, nem se quer afetar sua popularidade, ao menos na Rússia, como comprova o resultado final da última eleição presidencial que o manterá por mais 06 anos à frente da grande Mãe Rússia.

 

Mas, o Ocidente é peralta, é sapeca. Anda tentando daqui e dali. Dá pra ver o quanto é... atentado.

 

Lembra da sexta-feira? Estava tudo tranquilo no reencontro. Um exercício de limpeza do cash cerebral, entre amigos de mais de 30 anos de amizade. Uns tentando sacanear os outros, com piadas mais cringe que as do tio do pavê! Diga-se de passagem, somos a turma do pavê fingindo, por duas, três horas, que voltou no tempo.

 

No meio de nossa brincadeira de criança, descubro que tentaram mais uma contra a Rússia. Não falei do povo do Ocidente? ...Atentado!

 

Mas, vejam só!, as fontes das inteligências de Washington e da Europa correram para o Telegram e confirmaram que os terroristas de Moscou eram do Estado Islâmico, do famigerado ISIS. E não se pode duvidar do Telegram, hein?

 

Aí, voltando aos amigos de infância, logo me interpelaram? Então, se não é o que estão dizendo ser, quem está por trás? Ao que eu respondo (conseguem adivinhar? risos): ...a CIA!

 

Todos riram e eu fui ostracizado pelo grupo! Buáaaaaa!!!! Não, sério!, me chamaram de “Teórico da Conspiração”! Pode isso? Poder, não pode, mas, né?... Quinta série, lembram?

 

Bom, mas o fato é que... não foi o ISIS e eu posso provar! (na verdade, não só eu, um monte de gente já desmontou essa besteira, mas, vamos lá...)  

 

Sem pretender fazer uma dissertação acadêmica sobre a origem e a atuação geográfica do ISIS, quero e preciso deixar claro que se fala em Estado Islâmico na grande mídia brasileira, e só pra lembrar, não é sobre nenhum país específico cuja estrutura de Estado e de Governo seja árabe e islâmico que estão falando. Mas, de um grupo terrorista que adota esse nome e que, em inglês adota a sigla ISIS, por se tratar de um grupo islâmico formado por integrantes do Iraque e da Síria, formado pela união de um grupo jordaniano chamado Tawhid wal-Jihad e a Al-Qaeda, no Iraque, em 2004. O grupo se declarou um califado em partes do Iraque e da Síria, com características extremistas, desde 2014[1].

 

Ainda mais importante ressaltar, é que, em que pesem os objetivos de estabelecer um califado global, em que pese a luta contra o Ocidente, contra o regime de Bachar al Assad e o recrutamento constante de novos membros, e mesmo de ser oficialmente contra o governo de Putin que apoia Bachar al Assad, o fato é que não havia nada que indicasse movimentação do ISIS em relação ao regime do Kremlin e, de todo modo, ao analisar o modus operandi do atentado, bem como dos extremistas que foram capturados, a narrativa de autoria do ISIS, o Telegram que me desculpe, cai por terra.

 

A origem dos 04 (quatro) homens capturados é do Tajiquistão e trabalhavam como imigrantes na Rússia[2], primeira narrativa que derruba a tese de ação do ISIS. Um deles, como se pode ver na foto trazida lutou na Ucrânia e, se parássemos por aí, já estava desmoralizada a tese sobre o ISIS.


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Não nos esqueçamos da atitude, infelizmente típica da grande mídia de lançar narrativas “plano B”, dando conta de que teria sido o próprio Kremlin que coordenou o Ataque[3]. Não sem antes tentar emplacar a tese do ISIS por uma suposta admissão da autoria, via Telegram, como já dissemos.

 

O que mais deveria assombrar é como a tese do ISIS foi construída ao longo de 12 (doze) horas, apenas, com base no serviço de inteligência de Washington e nas agências de notícias. Mas, é vendido como sendo a mais pura verdade!

 

Apenas tendo alterado a tese, para que teria sido o tal do ISIS-K, braço do Estado Islâmico com base no Afeganistão.

 

Porém, para frustração geral das nações do Ocidente, de acordo com o jornalista e comentarista de Defesa do Canal do Youtube “Fala Sério, Tietê!”, conhecedor profundo da “questão russa”, Valter Andrade e, claro, desdizendo o que foi publicado pelo jornal O GLOBO nos últimos dias[4], Putin não foi da vitória à humilhação em uma semana. Quer porque os verdadeiros indícios deem conta de que o ataque foi planejado e colocado em prática pela Ucrânia, quer porque o povo russo tem um outro tipo de atitude em relação a seu líder, o que se explica ao conhecer a história russa um pouco mais a fundo.

 

O povo russo é muito resiliente e não fará como a leitura do colunista d’O Globo descreveu. O povo russo não vai às ruas se revoltar com o acontecido e exigir de Putin que promova uma retaliação à altura. Isso seria o que o Ocidente faria.

 

A estratégia (que em inglês de diz “strategy”, em grego se diz “στρατηγία”, ...risos) de Putin, do Kremlin, do povo russo, vai ser fingir que nada os abateu e partir para uma ação mais incisiva de queimar ainda mais as defesas ucranianas e, do mesmo modo como já vem agindo, desgastar a Ucrânia, até que seus termos para encerrar sua operação especial sejam obedecidos. Ou seja, como dito acima, na base da boa e velha resiliência russa.

 

Ainda, segundo o General Agostinho Costa, em entrevista no Canal História Militar[5] em Debate, em 25.03.2024, indicou que já foi comprovado que esses extremistas estavam sendo treinados no território da Turquia. Ele aponta que, embora sejam tajikis os extremistas que realizaram o atentado, e que sejam de origem islâmica, o modus operandi não corresponde com o que é padrão nas ações do ISIS.

 

Não nos esqueçamos, também, que a Inteligência de Washington, 15 (quinze) dias antes do atentado, já havia emitido um “warning” dando conta de que os cidadãos americanos ficassem atentos e evitassem aglomerações nos próximos dias nas cercanias de Moscou, pois haveria um ataque!

 

Ora, meus amigos da Turma do Pavê, de amizade de mais de 30 anos! Será que é tanta conspiração assim, apontar a CIA (ainda que como elemento “genérico”) como mandante possível dessa ação indubitavelmente coordenada nesse atentado à casa de shows, Crocus City Hall, em Krasnogorsk, nas imediações de Moscou?

 

Admito que possa haver um exagero, ou no mínimo, uma precipitação em colocar a coisa toda na culpa da CIA, ou dos Washington. Mas, há muitos detalhes que derrubam a tese do ISIS, não bastasse tudo o que já se argumentou acima.

 

Uma outra questão que dá sustentação à tese de que não eram do ISIS, é que não tiraram a própria vida após a ação; ainda, há o fato de que o ISIS costuma se certificar de que o alvo deles não tenha islâmicos atingidos por engano, e o local escolhido tinha muitos islâmicos. O ISIS, provavelmente atacaria um local como o uma Igreja Ortodoxa, onde não houvesse islâmicos.

 

Além disso, os extremistas do ISIS, não fazem atentados desses por dinheiro, e esses 04 (quatro) elementos capturados alegaram ter feito ação mediante dinheiro que receberam e receberiam depois de exitosa a ação.

 

Não obstante, abandonaram as armas na fuga, o que também não é padrão do ISIS. E, não menos importante, não reivindicaram imediatamente a ação. A suposta reivindicação veio muito depois, demonstrando que não foi o ISIS, nem o ISIS-K.

 

Ora, meus queridos leitores, nem vou, nesse momento, me alongar mais, afinal, a tese, pelo menos de que foi o ISIS, eu já considero suficientemente derrubada. Claro, que não provo (nem quero provar, na verdade), que foi a CIA, ou Washington, mas, certamente, o ISIS, ou o ISIS-K, “está fuera”, como diria Javier Milei.

 

O fato é que Putin apenas está preocupado, digamos assim, com o fato de descobrir os patrocinadores desse atentado, já que os 04 (quatro) capturados tentavam fugir para a Ucrânia.

 

Putin, por fim, questionou: “Quem os esperava lá? Aqueles que apoiam o regime de Kiev não querem ser cúmplices do terror e partidários do terrorismo, mas surgem muitas perguntas.”

 

O que é certo é que foi tentado mais um atentado para desestabilizar o governo recém reeleito de Vladmir Putin, e, aparentemente, não o desestabilizou. No entanto, não é isso é que “vendido” na grande mídia ocidental que chega às raias da inconsequência de dizer que a Ucrânia está prestes a vencer a guerra.

 

Triste pra a Ucrânia, triste para a verdade, triste para o Mundo, triste para a História que terá que relatar, mais cedo ou mais tarde, quem são os verdadeiros vencedores, gostemos deles ou não.

 

 

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